Saturday, February 18, 2006

Ao desespero.

Aos poucos.
Sinto-me forte.
Decididamente forte.
Perdôo tudo e não esqueço nada.
E ainda levo o nosso rancor para
passear aos domingos pela manhã
num parque qualquer.

Me divirto com a pequena idéia imaginária
e ordinária dos poucos que acharam
que o peso era muito grande para mim.
Que zombaram de mim.
Riram.
E torceram-me contra.

Contra o quê?
Você!
O que queres de mim?
Meus rins?

Estou bem aqui.
Levando o piano nas costas, literalmente.
E sem reclamar da dor.
Os analgésicos fazem-a passar lentamente.
E os exames médicos tentam nos explicar
o que ninguém quer saber.

Nada.

As semanas passam rápidas.
E eu sinto-me a cada dia que passa, mais forte.
Decididamente forte.

Friday, February 03, 2006

A morte de LP.

Resolvi morrer.
Porque com a dor que eu sentia, não poderia escrever.
Não me aliviaria, nem a ti.
Nem a ninguém.


E já percebi que de tempos em tempos eu me deleto.
Por inteiro.
E não sobra nada.
Pra mim nem para você.
E eu realmente não sinto nada.
Só sinto muito.

Depois passa.
Mais rápido e veloz que as horas.
E de repente, me sinto de novo pronta a recomeçar.
Forte.
Com os dois pés pra trás.