Thursday, February 28, 2008

10.Apegos

















Na noite passada ele perguntou:
_Vai sofrer?
Respondeu que sim com os olhos denunciando a pré-angustia.
_Se quiser terminar para antecipar o sofrimento...
_Não. Mas eu não vou sofrer.
Afirmou como quem dissesse
para si mesmo em frente ao espelho.
_Como você sabe? perguntou ela trêmula de sono.
Silenciou.
Dava para ouvir o pernilongo que mora lá.
Passeava por entre eles.
_Não vou porque não quero.
Vou sentir saudade,
desejar um reencontro, mas não vou sofrer.

Ela não entendeu a projeção.
E por hoje só quer ir ao cinema...

Dez.apegos:
- Ele
- Família
- Trabalho
- 3 amigas (Dri, Adri e Má) para fazer companhia
- café com Edu e pós graduação com Ana
- Livros novos de arte (tato)
- Folha de São Paulo chegando-me ao amanhecer
- chocolates do criado mudo
- noite de chuva + DVD
- algodão para amortecer a queda e limpar a ferida

Sunday, February 24, 2008

É Domingo.













Quanta ternura.
Carinho nos cabelos.
Cotovelo.
Massagem nos pés.
Ela faz bolo.
Arruma os travesseiros.
Estica a cama.
Estica-se em abraços apertados.
Longos.
Duradouros.
Passa as mãos pelas costas.
Quase sem tocar.
Pra provocar.
Respira.
Respiram.
Sai para passear.

Faz três dias doces por aqui.

Saturday, February 23, 2008

Tempestade de Verão.













Esta semana ela teve vontade de viajar.
Queria colo.
Mas passava das onze quando este desejo a atingiu.
Chovia.

Se fosse, teria Rosa para alegrar os olhos.
Nona para contar-lhe histórias.
Mamãe para lhe fazer cafuné e comidinhas gostosas.
E seu pai com os mais sábios simples conselhos
e cervejas no cair da tarde.
Contar-lhes-ia como fora seu último tombo.
Sobre a dor sentida.

Compartilharia.
Assim como faz agora.

Sentiu?

Wednesday, February 20, 2008

É uma questão de renúncia.
















Quando tudo desmorona,
ela simplesmente se refaz.
Já passou por momentos mais delicados.
Mantém a garganta ardendo
e os olhos vendo horizonte do mar.
Justo aqui que nem praia tem.

Ela quer ir para Cuba.
Buenos Aires, já-mais.

Tuesday, February 19, 2008

Ela vai até os 90 só para ver no que vai dar!













Considerando que eu já vivi 1|3 da minha vida
e que ainda não tive filhos...
Não serei avó.
É fato.
Aliás, se paro a pensar sobre isso...
Me pânico!

Estou com quase 30.
São exatos 28.
E ainda não escrevi um livro.
Não comecei um mestrado.
Não sofri de amor de verdade.
[foi compaixão]
Não viajei pelo mundo.
Não pisei em Paris.
Não visitei outros planetas.
Nem os amigos no interior de suas casas aos fins de semana.

Não li todos os livros que gostaria,
mas tateei a maior parte deles nas livrarias.
Não alivia minha dor.
Não assisti a todos os filmes clássicos que considero importantes.
Nem experimentei os melhores sabores.
Chocolates ou sorvetes.
E vinhos!
Receitas.
Não tive muita coragem.
Tão pouco medo.
Não me joguei mais do que duas
ou três vezes em relacionamentos.
Amei perdidamente. Perdi.
Odiei instantaneamente, confesso.
Livrei-me de tudo.
De todos.
Me fechei a ponto de não mostrar-te
do que meu coração é capaz.
Pulsar.
Disfarcei.
Não fiz o tanto de exercício devido praticado.
Músculos.
Frágil.
Nem tomei todos os cafés que gostaria na
companhia das melhores histórias deles.
Não garanti emoção aos outros.
Não fui muito irresponsável.

Portanto, não tive filhos.
E mesmo que ainda os tiver, porque desejo,
é bem provável que não conhecerei meus netos.
E não vou me contentar com os cães.

Thursday, February 14, 2008

A saudade é física!













É sua sina.
Todas as pessoas mais queridas
vão embora um dia...

Vão vestindo vestidos que ela fez.
Só.
Para aliviar a saudade.
http://www.fotolog.com/ballsplace

Sunday, February 10, 2008

Meu disco riscado, sua bossa.













A vida começa amanhã.

Não é decepcionante?!

Thursday, February 07, 2008

Confissões de travesseiro.









Se o problema foi uma noite de sonhos estranhos.
Quero dizer, pesadelos...
Mantenho-te acordado.

Tuesday, February 05, 2008

Cartola, Luiz Melodia,Chico e Caetano tocando na sala.












É terça de carnaval.
Foram ver Lachapelle pela manhã.
Uma certa ressaca está presente no corpo dela.
Mas não é bebida.
Nada de álcool em excesso.
A dor é outra.
É medo.
Pavor.
Amor.
Angústia.
Precaução.
É lágrima.
Choro afagado na camiseta dele mais legal.
Moderninha.
Caminham pela augusta em busca de cafeína.
Ele conta sua história mais recente.
Ela ouve atentamente e se pergunta,
onde foi que entrou.
Que porta utilizou.
Por onde deve seguir.
Saída de emergência, pra que lado fica?
Percebe com clareza tudo.
Tipo água.
Com gás.
Pesam as bolhas sobre ela.
Que só quer se proteger de futuros acidentes.

Seu coração já não agüenta mais.

Monday, February 04, 2008

Sobre a viagem...

ela: _ Mas você volta?
ele: _ Só vou pra te voltar.

Ela jurou não ter intimidade.













Se fosse apósta...
Perdida!

Friday, February 01, 2008

Ela gosta de gostar dele.













Por isso, não vão nem ver o Carnaval...

[isso passa?]