Monday, June 29, 2009

Ou sadia.

Ficou indignado.
Decepcionado.
Até parecia a guria de tão chateado.
Ao ouvir o que um dia fez com ela.

Antes de partir.

à vontade.













Agora há na minha mesa:

Uma tesoura para recortar.
Uma agenda para anotar.
Um boleto para pagar.
Meu celular para te ouvir.
Dois DVDs para queimar.
Uma calculadora para somar.
Uma caneta para desenhar.
Um TOY ART que tenho que entregar
Meu computador para registrar.
Duas réguas para te medir.
Vários pincéis para pintar/colorir.
Um estilete para nos separar.
Uma garrafa d’água para não esquecer de tomar.
Um molho de chaves para a noite seguir.
Uns tecidos para modelar.
Algumas idéias.
Muitos detalhes.
E uma vontade louca me levando à outro lugar.

Friday, June 26, 2009

para amanhã bem cedo.

Quero contigo viver
Aprender.
A andar em seu tempo.
Porque chego a conclusão que estar
à frente não é bom negócio.
De nada adianta.
Só faz sofrer de ansiedade.
E ainda, bem devagarinho.
Me irrita!
Portanto, quero caminhar ao seu lado.
Passo a passo.
Se correr, eu corro.
Se parar, eu paro.

Decididamente é com você que quero fazer planos.
Logo eu que nunca planejei nada na vida.
Quero fazer uma lista.
Programar-me contigo.
A longo prazo.
Sem te perder de vista.

Farei uma tabela periódica de nós dois.
Pelo menos uma boa e longa viagem na vida.
E belos retratos.
Quero jantar sempre em sua companhia.
E ter disposição para preparar
nosso café caprichado.
Fazer exercícios, mesmo sozinha.
Deixar-te com preguiça aos finais de
semana em cima da cama.
Gosto de te observar...
Sentir saudade por tão pouco.
É assim que sem culpa, ligo no meio da tarde.
Atrapalho-te para dizer “Amo” de novo.

Por mim, passava o resto do meu tempo ao seu lado.
Teríamos nossos filhos mimados e bem vestidos amanhã.
Logo ao acordarmos. Já imaginou?
Minha Nona conhecendo João e Lídia?

Seria o melhor trecho do filme de nossas vidas.

Thursday, June 25, 2009

Tuesday, June 23, 2009

INSCRIÇÕES ABERTAS!

















curso livre e prático de moda intensivo - julho 2009
inscrições no nosso atelier - rua da penha, 1126
Sorocaba - SP fone: 15.3234.3821

Sunday, June 21, 2009

Onde foi parar meu dente?

Rita perdeu o dente.
De leite.
Bem da frente.
Até aí tudo bem.
O problema de Rita é que ela
não sabe onde ele foi parar.
Não sabe o paradeiro de seu próprio dente.
Não sabe nem se o engoliu.
Hoje pela manhã abriu o primeiro sorriso do dia
frente ao espelho do banheiro e percebeu a falta do dente.
Gritou de susto.

_ahhhhhhh!
Chamou seu irmão para ver o desaparecido.
_Olhe!
_O que? disse Dudu sonolento.
_Repare, perdi meu dente. Bem este da frente!
_ahahahhah!
_Não é engraçado!
_Lógico que é!
_Tá bom, é engraçado. Mas e agora?
Tenho que achar meu dente!
_Rita, diga-me a verdade.
Onde foi que você o escondeu?
_Dudu, eu não sei. Ai! Será que eu engoli
meu dente enquanto dormia?
_Não... Não é possível.
Você teria se engasgado. Bem, eu acho...
Que tal procurarmos?
_Sim! Mas onde?
_Começamos pelo seu quarto.

NO QUARTO
_Nossa, mas que bagunça!
Reviraram todo o quarto de Rita e nada encontraram.
Quer dizer, encontraram de tudo, menos o dente de leite.

_Depois que você acordou, qual foi a primeira coisa que fez?
_Fui à sala e liguei a TV.
Então, vamos lá ver se encontramos o fugitivo.
_Quem?
_O seu dente!
_Ahh! Boa!

NA SALA DE TV
Reviraram todas as almofadas e nada.
_Rita, você tem certeza que ontem quando foi se deitar
para dormir esse dente estava em sua boca?
_Mas é lógico! Eu me lembro de ter escovado
meus dentinhos e ele estava bem aqui onde agora habita o vazio.
_Bom, deixa de ser trágica. Sejamos práticos!
Depois da sala de TV, onde é que você foi?
_Não me lembro.
_Tente se lembrar, vamos! Aconteceu há poucas horas atrás.
_Hummm. Eu fui até a cozinha para ver se havia café da manhã.
_E alguém já havia acordado?
_Não. Então eu voltei para cama,
pois percebi que era muito cedo.
A mamãe e o papai ainda nem tinham se levantado!
_Então, sinto muito minha irmãzinha, mas acho que você engoliu esse dente.
_Xiiiiii...
_E agora vai nascer uma árvore de dentes dentro da sua barriga!
_Isso é mentira!
_Não é não! Você verá.

Rita ficou inconformada com a perda do dente de leite.
E realmente preocupada com o nascimento de
uma árvore de dentes dentro da sua barriga.
Voltou para o seu quarto disposta a recomeçar as
buscas por seu dente de leite da frente.
Procurou novamente em cima da cama, debaixo dela,
entre os brinquedos da estante...
Chegou a pensar até que a fada do dente,
aquela que troca os dentes recém caídos por pequenos presentes,
havia levado seu dente sem deixar nada em troca.
Quando sua mãe chegou à porta do quarto e
viu aquela bagunça toda e Rita debruçada ao chão como se procurasse
uma agulha no palheiro, foi a vez dela de inconformar-se.

_Rita! O que está acontecendo?
_Mamãe, perdi meu dente!
Pior do que isso, estou achando que o engoli
e agora vai nascer na minha barriga uma árvore de dentes.
A mãe de Rita riu.
_Você acha que é possível mamãe?
_Não Ritinha! Uma hora acharemos esse seu dente.
Agora venha, vamos tomar café da manhã. Você me ajuda a por a mesa?
Ela balançou a cabeça não muito animada.

Rita meio tristonha foi com a mãe para cozinha
e a ajudou na organização do café.
_Rita, por favor, pegue a manteiga que está dentro da geladeira.
Ah, e o queijo.
_Sim! Mas mamãe, onde está o queijo? Não estou encontrando...
_ Está aí, ao lado da goiabada!

Foi então que ela avistou a amada goiabada.
Não havia nada na vida que Rita gostasse mais que goiabada.
Variava. Com queijo branco, com requeijão.
Goiabada e Rita era igual paixão! Ela amava!
Sim e o queijo estava ali, bem ao lado da goiabada.
Ah... A goiabada!

_Credo! Tem um dente na minha amada goiabada! Mamãe olhe isso!

Rita incrédula e sua mãe desconfiada.

_Rita, qual foi a primeira coisa que você fez hoje quando acordou?
_Liguei a TV.
_E depois?
_Vim até aqui para ver se já havia café da manhã,
mas não tinha. Nem ninguém havia acordado.
Então achei melhor voltar para cama.
_E aí?
_Bem, aí antes de voltar para o meu quarto eu abri a geladeira
e dei uma mordidinha nessa goiabada. Acho que esse dente é meu.
_Muito bonito, não?!

E as duas caíram na gargalhada!

Enfim, Rita achou seu dente de leite da frente.
A árvore de dentes não ameaçou nascer em sua barriga.
A fada do dente não a traiu.
O que a fez seguir em frente, feliz da vida, comendo goiabada sempre.
E vira e mexe todos da casa de Rita lembram-se dessa história
que rende longas e boas risadas!

Thursday, June 18, 2009

sonho

Te contei?
Que sonhei com você.
Que te encontrava na rua.
Assim, do nada, no meio de todos.
E parava.
E olhava.
E sorria.
Retribuía aos olhos teus.
Enquanto os outros me diziam que era um absurdo.
Que jamais deveria eu conversar de novo contigo.
Nem dar-lhe ouvidos.
Que deverias pagar por todo mal que nos fez passar.
Te contei?
Que foi um pesadelo.
Desses que depois a gente se pergunta
será que foi verdade?
Pegava-te pelo braço, como fazia de habito.
Te encarava sem medo.
E perguntava algo sobre sua felicidade.
Você me respondia com um gesto sincero.
Eu disfarçava.
A gente se abraçava.
Assim, como se não houvesse mais rancor entre nós.
Como se não houvesse mais espaço
para este tipo de sentimento.
Ou tivéssemos nos curado.
Com o tempo.
E que naquele momento
só desejássemos coisas boas um ao outro.
Te contei?
Que no meu sonho você me parecia
melhor do que realmente é.

Saturday, June 13, 2009

Missão Cumprida.

Todas as manhãs, levanta bem cedo para correr.
Repete esta prática há pelo menos dois anos.
Faça frio ou faça sol, ela calça o tênis e sai rua afora.
De Ipod no ouvido para distrair.
Dando socos no ar.
É quase uma coreografia desajeitada.
Quando passa em frente aos guardas de esquina, disfarça.
Mas em seguida, relaxa e solta seus socos em todas as direções.
No alto, embaixo, em cima, de um lado, do outro.
É uma luta!
Ela luta sozinha nas ruas às seis da manhã.
Sim, sei que pode parecer loucura...
Mas não é! É apenas estranho.
Para quem a vê de longe.
Não à aqueles que a conhecem. Bem...
Nesta manhã de sábado ocorreu na cabeça dela uma dúvida.
Perturbadora que a acompanhou nos primeiros vinte minutos de suor.

Quem recebe estes socos teus?

Houve um tempo que ela sabia que todos aqueles
movimentos certeiros eram focados em seu próprio peito.
Numa tentativa de tirar de lá uma dor, um amor.
Mas e agora?
Contra o que estás lutando?
Encontra-se feliz. De novo amando, profundamente.
Não deveria então permanecer em sua cama quente,
em seus braços, entrelaçadas as pernas nas dele?
O que te move sair de casa às seis da manhã nesse frio do cão?
Se ao menos tivesse um cachorro para levar passear e fazer companhia...

Nesta manhã ocorreu nela esta dúvida perturbadora.
Seguida de uma longa resposta balbuciada
na praça enquanto dava voltas em si mesma.

Estou correndo do azar.
Dando socos nas lembranças que eu não deveria lembrar.
Lutando contra a preguiça. Meu dia-dia.
Contra a rotina. Meu cansaço.
O mau humor que em mim é nato.
Estou em guerra com a ansiedade. A normalidade.
E com a balança, quase sempre.
Estou socando aqui meus erros.
Afastando tudo aquilo que me incomoda
e buscando melhorar.
Estou matando um tempo só meu.
Aos socos e pontapés.
Respirando o primeiro ar do dia.
Desviando dos carros, buracos e pedras.
Estou atenta às seis da manhã.
Lutando simplesmente.
Assim faço todos os dias.
Porque a vida me ensinou que sem esforços
não chego a nenhum lugar.
Não nasci vencida.
Mas fizeram-me cheia de disposição.
É por isso que eu corro.


As sete e vinte ela já estava de volta em casa.
Saída do banho, preparava um café para dois.
Arrumada, maquiada e penteada para mais um dia.
Parecia meio igual aos outros.

Friday, June 05, 2009

caminhos

















Eu sigo por aí.
Desde cedo.
Abrindo caminhos.
Roteirizando rotinas.
Correndo atrás dos sonhos que
acho apropriado à nós dois.

Eu vou por lá.
Bem longe.
Carregando as bagagens nas costas.
Sem reclamar do peso.
Do trânsito, dos calos, dos outros.

Eu ando rápido porque a história me fez assim.
Me mudo continuamente sem movimentos
bruscos que é para não assustar.
Escolho outros rumos por aqui,
donde não saio por teimosia.
Rabisco trajetos e invisto em nossos trajes.
Te faço mais belo.
Depois, relato baixinho, cansada,
no caminho de volta pra nossa casa,
as impressões do meu tênis azul.

Tuesday, June 02, 2009

vergonhas públicas

Tenho pensado sobre coisas vergonhosas a meu respeito.
Porque outro dia mesmo escrevi aqui que não
encontrava em mim algo que fosse impublicável.
Como se a vergonha não habitasse meu corpo tímido.
Em primeiro lugar, acho que em parte, menti para vocês.
Descaradamente.
E isso me é realmente vergonhoso.
Desculpem.
Tenho uma porção de situações assim para contar-lhes...
Que me fazem corar o rosto e os olhos encherem de lágrimas.
Cenas que escondo, tentando enganar minha própria memória.
Pra viver melhor. Fingindo ser melhor para eu mesma.
E para você.
Mas no fundo guardo uma lista com
o que em mim há de inaceitável:
E leio-a mentalmente todas as noites antes de dormir.
Numa busca por fazer diferente no amanhã.
E com o tempo, estas coisas impublicáveis a meu
respeito vão dando lugar a outras ações ou
inércias deste corpo que vos escreve.
Tão vergonhosas quanto!
Ao menos, renovam-se.
E este é meu lado mais positivo.

Perdoem-me.
Só quero que sejamos felizes agora.
Mas minha mania por perfeição faz com que
haja sempre novos itens na minha lista.
Assim, a felicidade mantém-se a alguns metros de nós dois.
E talvez este seja o maior dos meus defeitos.

Eu sou a tempestade num copo d’água.
Alguém que já implorou por amor.
Que subiu a rua augusta correndo e chorando atrás dele.
E se perdeu durantes longas tardes em seu apartamento.
Fingia não ver as drogas consumidas lá em casa.
Era mais fácil ignorar seu desejo pelo outro.
Sempre num tom cínico incontrolável.
Fazendo com que boa parte de sua saudade se desgastasse.
Junto de sua saúde.

Que se machuca.
Faz feridas enormes por dentro com uma caneta nanquim.
E ainda tem coragem de ter preguiça com o senso comum.
Mantém debaixo do travesseiro suas fraquezas,
alguns pensamentos, seu ciúme tolo e um silêncio...
Que incomoda.