Saturday, July 14, 2007

Só o pó.

Exaustão.
Cheguei.
Depois de um mês buscando-a desesperadamente.
Então, agora será a hora do descanso sem paz.
Porque o corpo lamenta, mas não “guenta”.
Arde.
Chora.
Desordena.
Desonra.
Distorce.
Fragmenta-se em pedacinhos.
Em cacos afiados igual lâmina.
Lamentos.
Não levanta da cama.
Não dorme.
Não sonha.

Come sempre a mesma coisa que tem na geladeira.
Não sente gosto, nem cheiro, nem desejo.
Nem falta.
Não tem alta.
Não grita.
Nem fala alto o bastante que o faça ouvir os sussurros.
O corpo padece.
Mente.
Adoece.
E se entorpece com antibióticos da farmácia mais próxima.

O corpo agradece o descanso.
A trégua.
Mesmo sem paz.
Apático, quieto com pensamentos barulhentos.
Por todas as dúvidas de outrora.
Pela música de fundo que não há.
Por não existir mais nada além dele mesmo e as paredes do quarto encardidas do pó.
Que enche a vida dela.

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