Monday, February 16, 2009

O Alzheimer da vovó.

Pelo Nexel:
_Você vem quando?
_Ah Vó, acho que agora só no final da semana.
_Mas eu estou com saudade.
_Eu também.
_Como é mesmo seu nome?
_Você não se lembra?
_Ninguém me falou...
_É Luiza Vó.
_Ah Luiza, você sumiu. Nunca mais veio aqui na casa
da, da... Como é mesmo o nome dela?
_Vera Vó, sua filha.
_Isso. Eu nunca mais te vi por aqui!
_Mas pode me esperar, desse final de semana não passa.
Vou aí te abraçar e te encher de beijos, combinado?!
_Ta bem.

Ao desligar o telefone olhou para
a filha pouco reconhecida segurando aparelho
nas mãos e disse:
_Legal esta sua prima!

Sorriram apenas.
Hoje, Vera chorou de rir ao me contar.
Sinal de que a tristeza não deixa de ter a sua graça.

3 comments:

francinebittencourt said...

Lu que linda essa constatação final. Adorei. Bjs Saudades Fran sempre passando por aqui.

ana c said...

que lindo seu final!
é realmente fortalecedor achar graça na tristeza... tudo com um pouco mais de graça fica melhor! ^^

http://criandoceus.blogspot.com/

Yasminne said...

Ai eu sei bem o que é isso...
Sorrir apesar da tristeza.
Mas a minha vó ainda lembra o meu nome, ainda.
Não adianta espernear, não é?
Então só me resta sorrir.

Um beeijo!