O amor.
Me enche.
Igual bexiga de gás.
Faz levitar.
Guiar solta no ar.
Deixo-me levar.
Levanto cedo, ganho energia.
Beijos, abraços, promessas.
Anseio melhoras.
Vejo as cores do mundo.
Sinto muito, tudo.
Me faz prazer.
Renova-me.
As vontades.
As vantagens de ter com quem
compartilhar meu dia a dia.
Mas, em contra partida, se ele acaba me mata.
Me faz ficar de cama.
Cheia de angústias e culpas.
E desejos de te ver por mais uns dias.
E vontade de sentir de novo a
novidade que só o amor nos dá.
Deu.
É passado. Onde finjo não perceber.
Faço-me de boba. Tonta, de trouxa.
Me deixo usar.
Porque mesmo se você voltar
e dormir aqui ao meu lado.
Mesmo que fique por um dia inteiro
só para me consolar.
E faça meu almoço, colo, carinho e desculpas.
De nada adiantará. Mesmo assim eu finjo.
De propósito, doo.
Toda angústia assim
passa a ser maior que nós.
Corroi-me por dentro.
Me come.
Faz um estrago maior.
Maior que o amor que um dia achamos
que sentimos um pelo outro.
Maior que suas mentiras.
Maior que nossos sonhos.
Que terminam em pequenas doses de desaforos.
A angústia.
Me transborda.
Igual bexiga de gás.
Faz levitar.
Solta no ar.
E lá em cima, no alto, estoura.
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2 comments:
Eleito o meu post favorito do seu Blog! Parabéns msm!Vc se superou!
beijos
Tudo lindo por aqui. Meu pára-quedas tá me jogando em lugar de poesia fantástica. Aí sim eu quero ficar, voar, cair, ficar voar cair, ficar...
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