Monday, October 08, 2007

Sem Título.

A casa não respira.
Janelas e portas fechadas.
Fachada que não combina com ela.
Os olhos não vêem nada.

Roubaram minhas flautas mágicas.
Joguei fora o som do mundo, mudo.
Mataram o futuro dele em silêncio.
Enganou as meninas mais espertas do
bairro porque elas se deixaram enganar.
Enquanto eu inventava um mito para me proteger.

Dele nasceu um bebê
Grande amor entre o homem e uma concha
A estrela do mar, das estórias de criança,
registrou o acontecimento.
Mais uma bela narrativa linear para passar no cinema.
Iluminando a sala, uma tatuagem de luz em movimento.
Correndo, correndo...
Trazendo saturação e magia pra bem perto dos olhos dela.
Encontrando confronto no conforto da poltrona que mais parecia abraçá-la.
Justo ela, que já não mais acreditava na beleza do lugar.

Sublime instante.
Inquieta, soltou o ponto pouco antes de terminar a projeção.
Arrebentou a linha fina e frágil.
Limitou o banal enquanto ainda estava escuro.
Rasgou o tecido.
Manchou a cor.
Tentou obsessivamente classificar o mundo.
Mudou o molde e mordeu a língua.

Morreu foi de dor inverossímil.

2 comments:

Papillon said...

Gosto do q escreve, gosto do q desenha, gosto das suas roupinhas....

ainda não tinha visto esse blog...

super bj Lu....

Felícia

Papillon said...

Ah Lu, esqueci...estou pesquisando e buscando varios artistas q eu não tinha mto contato ou acabei vendo pouco do trabalho...nessa, achei Leonilson...q eu já gostava, mas não "conhecia"... Na hora me veio ses trabalhos, seus quadrinhos q estão na ouro fino, suas poesias.... achei interessante essa relação.
bjinhos