Monday, December 22, 2008

O melhor que não planejamos.

_Você imaginava terminar seu ano assim?
perguntou à ele a caminho do aeroporto.
_Não mesmo.
respondeu sorrindo.
_Mas nem eu.

Thursday, December 18, 2008

Wednesday, December 17, 2008

Tuesday, December 16, 2008

pragmatismos dela - 02:

Sobre o amor:
"Acho que não sei conviver com mágoas antigas.
Prefiro dar a chance de outras pessoas me magoarem."

pragmatismos dela - 01:

Sobre os sapatos que o jornalista
atirou no ainda presidente Bush:
"Mas porque ele não deu um tiro logo?!"

Faz tempo que acredita nisso.













está escrito na parede
bem perto dos travesseiros.

Monday, December 15, 2008

No Balanço do Ano.

Chacoalhou.
2008 foi cheio de altos e baixos.
Idas e boa vindas!
Fique à vontade. A casa não é sua nem minha.
É aluguel.
Sem despedidas.
Quase caiu. Mais de uma vez.
Passou por sete meses mal dormidos.
Sonhando tudo pela metade.
Comendo pouco.
Correndo muito.
Querendo o que não lhe pertencia.
Desejando o que não podia.
Amando.
Estudando.
Desenhando.
Percebeu-se meio autista,
fechada em seu mundo de traços.
Fina.
Um dia olhou-se no espelho e
viu que não tinha nem peito nem bunda.
Só pintas.

No balanço do ano,
assume investidas em seu lado mais
dramático - trágico - cômico.
Alimentou-o.
Mas termina 2008 segura de que
não quer mais viver assim.
Certamente, como diz Caetano.
Agradece aos amigos que lhe trouxeram músicas
novas para sempre alegrar esta casa.
Que por hora ainda vive vazia à sua espera.
Clamando por seu barulho.
Ouvindo o silêncio dela.
Morto.
Pensamentos.
Pregados nas paredes preenchidas de poesia.
De carinhos compartilhados.

Percebeu neste ano que bom mesmo
é ter você por perto.
Que quando é de verdade,
dá se um jeito de viver uma paixão.
Que sempre dá se um jeito para tudo.
Que és imatura.
E que por isso acha que pode tudo,
que tudo se resolve.
Ou melhor, é pior; “ela resolve”.

Percebeu numa tarde a caminho do aeroporto
que os pais sempre confiaram demais nela.
Que podiam, mas talvez, não deveriam.
E que por isso, o medo de decepcioná-los
a perseguiu continuamente, o ano inteiro.
Dormia com ela.
O medo de errar.
Mas que mesmo amedrontada,
errou diversas vezes e
se culpou e depois errou por se culpar.
Virou uma bola de neve.
Se Papai Noel existisse, lhe traria um presente.
Mas no atual momento encontra-se bem, obrigada.
Não precisa é de nada.
Nada à desejar.
Só os cuidados teus.
Pois continua chorando no trânsito.
Por lembra-se de você.
E de você e de você.
O tempo inteiro.
E quando chove, piora.
Recorda-se daquela,
aquela e aquela outra situação que passou.
Congestionamento.
Mas tudo passa.
Parece ouvir sua mãe dizendo
bem na virada de todos os anos
num abraço apertado com sua voz confiável e trêmula:
_Minha filha, tudo passa. E o ano que vem será melhor.

Deus me perdoe!

_Moça gostaria de dar uma olhada neste trabalho que faço?
_Não.
_Mas são salmos de Deus.
_Não.
Repondeu sorrindo enquanto
pensava timidamente baixinho: "FODA-SE!"

Saturday, December 13, 2008

Se vê, meio autista.
















(fenómeno patológico em que o Eu ocupa o primeiro plano)

Thursday, December 11, 2008

Pensa!

Quem pode, pode.
Quem não pode, pede calma.

Tuesday, December 09, 2008

Duas vezes divórcio.

Divórcio 01
Depois de sete anos resolveram separar-se.
Ela então chamou seus pais que há tempos
não via para um café seguido da novidade.
Colocou-se na frente deles, na companhia dele,
num formato previsível de um casal já desfeito.
Então começou a embolação para dizer que
queriam contar-lhes algo,
que tinham decidido ha algum tempo fazer e
que só agora então tomaram coragem...
O pai dela:
_Você está grávida! Que incrível filha!
_Não é bem isso.
Eles levantam-se, abraçam,
parabenizam o casal recém divorciado.
_Não é bem isso papai...
Dizia a filha em tom amável com os olhos lacrimejando
de desapontamento por todos os lados.

Divórcio 02
Depois de sete meses juntos ela fez as malas dele e chamou o taxi.

Novos tempos.

Ele já namorou com ela.
E ela já namorou com ele.
Ele que hoje é dela.
Ela que hoje é dele.
E ele ali, também já se apaixonou por ela.
E por ele? Já amou ele?
Não, ele só amou ela.
E ela amou todos eles.

Grude!

Monday, December 08, 2008

Sonhou uma dúvida.













E logo ao abrir os olhos na manhã de domingo:
_Às vezes tem acento?
_Acho que as vezes.

Sexta-feira.

Ela entrou esbaforida no banco.
Subiu no primeiro andar de contas
à pagar e pegou a senha.
Número 152.
Olhou no luminoso que indica em que
vez está e desanimou, era 89.
Sexta feira, passava das três da tarde e
ela estava cheia de compromissos ainda à cumprir.
Desorientada, sentou-se numa confortável
cadeira que fazia parte de um bloco mais livre.
Assim, meio separado do restante.
Só porque não queria ninguém por perto.
Observou depois que atrás dela só haviam duas
senhorinhas bem idosas que reclamavam dos parentes.
E por um momento a vozes delas a irritaram.
O diálogo descontente.
Ela estava sim de TPM.
Quando percebeu que havia entrado na fila de idosos,
deficientes físicos e gestantes.
Se fez de morta.
De morta não, de grávida.
Lá permaneceu.
Mas quando chegou a sua vez
não teve coragem de seguir em frente.
Idiota, não sabe mentir.
Nem mesmo quando precisa.
Estava tão atrasada que caminhou até
um dos moços do atendimento e explicou-lhe a situação.
Blá-Blá-Blá.
Esperou do lado de fora.
Pagaram sua conta em menos de dez minutos.
Correndo saiu dali...
Aliviada!

Thursday, December 04, 2008

Armando assim, de confabulando.
















Termino o ano amando.
A mando dos juros do meu cheque especial.
A mando do que a natureza resolver guardar pra nós.
Presa no trânsito.
Tomando chuvas de verão.
Termino 2008 amando quase tudo o que vejo
através do vidro embaçado do carro.
Por onde passa o menino de rua e joga espuma
mesmo que eu lhe implore que não.
Não queria, mas obrigada por passar
o rodo enquanto a cidade inunda.
O vendedor de mapas insistindo para que eu perceba...
Estamos todos perdidos.

Termino o ano amando.
Você e tudo que vem junto contigo.
Observo.
É a primeira vez que me vejo assim.
A mando dos prazeres.
A mando do coração com razão.
Das lembranças que não consigo
ou não quero apagar.
Dos medos.
Da violência.

Termino o ano aliviada por este estar acabando.
Sedenta por 2009.
Cheia de planos.
Com fé e pouca esperança.
Aguardando que a crise me apanhe.
Dando a cara à tapa.
Colecionando sardas.
Deixando o cabelo crescer.
Com novas cenas para desenhar e escrever.
Com coragem.
Transbordando sensações boas.
E sabendo que posso morrer de
excessos a qualquer momento.

Fecho 2008 amando o teatro de nossas maneiras.
Delicada.
Aguardando você chegar pra te levar
pra passar outros anos ao meu lado.
Até a gente ficar velhinho.
Até meu joelho enrugar.
A mando do que sinto, do que me despertas.

Termino o ano amando.
Dormindo pouco para dar tempo de fazer tudo
o que eu achava que faria nestes 364 dias
que passaram por mim rápidos demais.
Feliz por não estar triste.
Ciente de que passei por dias melancólicos
em meados de junho e que papai tinha razão ao alertar-me
que “tristeza não paga dívida”.

Termino o ano reunindo as cartas que
mamãe me escreveu, repletas de preocupação, atenção e cuidados.
Com os amigos lá em casa.
Risadas.
Com Marina, a irmã mais velha ainda querendo mandar em mim.
E eu deixo.
Não deixa de ser um mimo.
Um homeopata na manga.
Francisco bem perto.
Nona esquecendo.
Rosa descobrindo.

Acabo 2008 com mais dúvidas do que certezas.
Com saúde.
Saudade.
Cheia.
Pois estou amando...

Saturday, November 29, 2008

Ai! - 3

_O que você tem?
_Ai, estou meio triste.
_Por que?
_Não sei.

Friday, November 28, 2008

Ai! - 2

Rebolsas é com U?
Ui! Desculpe.
Tem coisas que me serão confusas para sempre...
Quando criança costumava confundir
funerária com funilaria.
Depois, crescida confundia,
tesão com amor.
Mas agora, parece-me que todas as dúvidas
foram esclarecidas.

Ai! - 1

Faço tudo correndo
só para poder te amar sem pressa.

Wednesday, November 26, 2008

À vontade. Mas é quarta-feira!

_E aí Luiza, o que vai fazer hoje a noite?
_Eu? Vou esperar o Caetano.
_Mas ele chega hoje?
_Não... Sábado.

Tuesday, November 25, 2008

Atores fazem greve em Hollywood.

Abriu a embalagem da bala que ele espalha aos finais de semana.
Perspicaz, sabe da segunda-feira amarga dela.
Estava dentro do carro, dentro do trânsito,
dentro dos pensamentos pesados que lhe acompanham Rebolsas acima.
Era de leite.
Mais ou menos da largura de uma moeda de um.
O que realmente a distraiu fazendo esquecer momentaneamente
da alta do dólar e da baixa da bolsa.
Grudou a doçura.
Agradável enquanto ouvia sua música predileta do mês.
Alto lá.
Primeiro no céu da boca.
Depois nos dentes.
Do lado esquerdo, a fez manobrar com a língua.
Grudando parte do doce dele agora no lado direito.
Lembrou-se da infância.
Das balas Kids, apesar de esta ser de outra marca.
Fidelidade.
Lembrou-se dos padrinhos que são dentistas.
Cáries.
Lembrou-se de que precisava rapidamente escovar os dentes,
ligar aos parentes e continuar a saborear a vida assim; de forma doce.

Monday, November 24, 2008

Crise!













Acostumada com as dela e não com
as do mundo todo, se assusta com
as notícias que lê diariamente no jornal.
Dorme mal, quase em depressão fica!!!
Chora com o mercado financeiro,
arrepia-se com a deflação e estimula o
consumo dentro de seus estabelecimentos.
Mas é com a mãe que desabafa:
_Também estou em crise mama!
_Aos cinquanta e seis anos,
o que sei minha filha é que
não morreremos disso. Vai passar...

Wednesday, November 19, 2008

imagine...

Ela ama a idéia que faz dele.
Ela ama as idéias que ele dá.

Wednesday, November 12, 2008

Instruções de uso não estão na embalagem.













Acorda atrasada e pra variar sente-se exausta ao levantar.
Se pudesse ficava ali no lençol branco com o jornal espalhando,
tomando o sol da manhã e observando
as pombas que habitam o telhado ao lado.
Já são amigas.
Praticamente as únicas que visitam seu apartamento assim, tão cedo.
Sente seu cheiro no travesseiro.
Revisa os cabides com seus cortes em linho e algodão.
Você habita esta casa mesmo quando está no Rio.

Sai para correr ou nadar.
Tanto faz...
É só mais um exercício solitário.
Aproveita para pensar, colocar os afazeres do dia
em fila indiana, contabilizar, diagnosticar...
Chorar não dá porque não tem fôlego suficiente.
Aliás, é bem por isso que faz exercícios.
Para se desgastar de outra forma.
Seu médico homeopata riu dessa sua técnica.
Disse-lhe que não adianta, mas ela não descansa, prefere ao esforço.
Toma a pilula que encontra-se pendurada na maçaneta da porta.
É para não esquecer! Que não quer ter filhos no momento.

Nesta cidade.
Neste país.
Neste planeta.

Toma também 10 dez gotas de Lycopodium Clavatum 6CH
e isso, imaginem só, faz com que ela sinta-se muito,
mas muito melhor.
Só. Então sai para trabalhar.
Normalmente de vestido.
Segue sozinha. Sempre.
Ás vezes também para as aulas da Pós.
É quando fica em trânsito.
Aproveita para ler e escrever.
Desenhar vestidos, idéias, palavras.
Ouvindo as músicas novas que deixou
baixando madrugada adentro em seu computador.
Aprendeu isso com seu primeiro marido.
Sim, ela já se casou. Depois descasou, óbvio.
Divorciou dos sonhos deles.
E não foi nada fácil desconstruir as idéias
vagas que projetava para si.
Menos fácil ainda foi continuar a desenhar um futuro,
diante tantas possibilidades vazias de sonhos comuns.
Mas aprendeu que era preciso aprender estar só.
O que lhe é inviável.
Ela não consegue. Assumidamente não gosta.

Dizem os amigos:
“Lá vai Luiza amar outra vez.
Lá vai Luiza sofrer outra vez.”
Conseqüências...
Ou um dom.
Entrega-se.
Mesmo com toda dor, medo e
a cicatriz ali do lado esquerdo.
Ela bem nasceu para isso.
Não só pra isso, é lógico.
Mas faz disso um bem.
Faz bolos também, provoca risos,
chora facilmente, não dispensa um penne e
neosaldinas para sarar as dores que prefere guardar.
Cuidados internos.

Dela com ele.
Dele com ela.
Deles com eles.

E de repente, percebe-se leve.
É a primeira vez que está amando em equilíbrio.
Nem sabia que isso existia.
Sente prazer com a novidade.
Amando alguém novo, da sua idade.
A mando dos sentidos.
De outras formas. Outra turma.
De outra escola, de outras imagens... Dessa vez em movimento.
Alguém com quem ela tem coragem de fazer um filme.
Uma música ouvir continuamente e se emocionar para sempre.
Projetar coisas grandes, médias, pequenas;
inclusive as que falam e que por hora chamaremos de Lídia ou Lucas.
Alguém que caminha ao seu lado de mãos dadas.
Que faz os sorrisos serem quase permanentes.
Que já amou outro alguém e que ela não esconde, sente ciúme.
Alguém que gosta de comer presunto e que a fez pensar
que o amor é algo que também se come cru.
Não dá para esperar cozinhar nem mesmo esfriar.
Amor quando bom, não precisa nem temperar.
Ou agitar antes de usar.
Apenas é.
Um amor de verdade.

Saturday, November 08, 2008

6 conversas em um sinal

rua Estados Unidos com a avenida Rebolsas:
.01
_Sei que a senhora tem um bom coração, por isso vai me dar uma moeda.
_Desculpa, mas meu coração endureceu. Estou dura, nem moeda tenho. Desculpa.
.02
_Oi Dona Luiza, fazia tempo que não passavas por aqui.
_Como vai Fumaça?
_Vou bem, com saúde que é o que importa.
_E as vendas?
_Vão indo, mas agora com o fim do ano se aproximando, tudo melhora.
_E namorado?
_Chega amanhã.
_Manda um abraço para ele.
_Pode deixar... Bom trabalho!
_Para você também!
.03
_Olha o mapa!
_Quanto custa.
_Custa 20 pela cidade inteira.
_Muito legal.
_Leva!
_Não tenho dinheiro, disse ali para aquele senhor não faz nem dois minutos.
_Ah vai, me ajuda... Te faço por quinze.
_Não tenho mesmo.
_Vá! Leva por dez.
_Não quero, só achei lindo. Mas desculpa, não quero mesmo.
.04
_Compra uma bala tia?
_Qual teu nome?
_Wesley.
_Quanto anos tem?
_Tenho sete, faço aniversário domingo.
E ela pensou:
Mas domingo é amanhã...
_Compra tia, eu poderia estar roubando, matando...
_Mas você só tem sete!
_Faço oito amanhã!
.05
_Olha o jornal!
_Não obrigada mostrando a Folha no banco do passageiro.
.06
_Deixa eu dar uma limpadinha?
_Mas tá chovendo...
_Vai... A senhora merece ter um carro mais limpo.
Aliás, a senhora merecia ter um carro desses.
Diz o moleque apontando o carro vizinho.
Ela sorri.

Thursday, November 06, 2008

Mais ou menos assim:

Meu vizinho ou vizinha de frente nunca abriu a janela.
Muito menos as cortinas brancas que habitam lá.
Não sei nada sobre ele ou ela ou eles.
Nada.
Sempre fechados.
Se em algum dia arrastaram os vidros
para que a sala tomasse um pouco de ar,
foi quando eu estava com a minha janela fechada.
Portanto, nunca nos vimos.
Moro ali há quase três anos e não sei
se tenho um vizinho branco, preto ou japonês.
Aliás, não sei se são ou se é.
Se é médico... Médicos são bem vindos às vezes não?!
Se são seqüestradores e ali é na verdade um cativeiro.
Sim, juro que passou isso por minha cabeça esta semana.
Se são famosos e não querem ser percebidos.
Se é político ou professor universitário...
Ou ainda uma viúva que adoraria ter com quem conversar.
Mas não ouço barulho.
Não sinto movimento.
E isso tem me incomodado um tanto.
Pouco, mas tenho me questionado;
porque não socializamos?
Mantenho minha janela bem aberta.
Será que são tímidos?
Ou é!
Jamais trocamos uma xícara
de açúcar por um punhado de sal.
Aliás, meus bolos nunca ocuparam aquele apartamento.
Só o cheiro.
Deve ser torturante...
Ou não.
Eles podem ser diabéticos...
Devem me odiar por isso?
Sou do interior e lá mantemos
ótimas relações com os vizinhos.
Lembro das minhas amigas que moravam ao lado,
das tardes que passávamos brincando uma na casa da outra,
dos lanchinhos que fazíamos enquanto nossas mães tomavam um café.
Para onde foram estas gentilezas deliciosas?
Durante toda semana almoço sozinha,
janto sozinha, converso com o azeite e olho
fixamente à janela da frente sempre fechada.
Vedada.
Só.
Sei que possuem (ou possui)
uma TV naquele ambiente.
De noite percebo a luz dela ligada e às vezes fico
tentando adivinhar o canal preferido dele, dela ou deles
pelas cores que sem perceber me dão de presente.
Obrigada.

Monday, November 03, 2008

Te amo do lado certo.













[a importância de enxergar a etiqueta]

Saturday, November 01, 2008

ãh?

Um homem ontem, passava das 21hs,
bateu na traseira do meu carro num sinal
da rua arthur de azevedo.
Pacientemente desci, depois de um dia
muito, mas muito intenso de trabalho,
para averiguar o estrago.
Fiz sinal de ok quando percebi que nada havia
acontecido em meu carro, só no dele.
Ao dar meia volta para seguir adiante ouço
o homem (que não se mexeu do seu banco),
acompanhado de sua esposa e filhos
dentro do seu semi-novo:
"Vai logo sua burra!"
Gente, o cara bate em mim, eu sou toda cordial
com a situação e ainda ouço uma dessa!
Fiquei rindo sozinha.

Tuesday, October 28, 2008

Delícia!

Acho uma delícia não ter que te
explicar que preciso de cuidados.
De alguns.
Como todos.
Como os outros.

Delícia, acho.
Quando você chega.
E quando parte, quase que me ao meio.
Delícia te esperar de forma tranqüila
alienando dentro do meu apartamento.
Fazer receitas que sei que adoraria o cheiro.
Inventar temperos. Bolos. Bolsos.
Vestidos pra você me ver ao vivo.
Desejos traçados em finas linhas pretas.
Colorindo.

Delícia é sentir ainda um téco de você no travesseiro.
Ao deitar, percebo os privilégios de quem recebe a visita.
Seu agasalho no meu cabide.
Seus olhos no banheiro.
Sua música no meu piano.
No nosso.
Estou achando tudo uma delícia...

Thursday, October 23, 2008

Tuesday, October 21, 2008

Mini Explanação!

Chama-se Aeroporto porque
é lá que te encontro e te perco.
Despenco e levito.
Sorrio e fico meio muda à te olhar.
Oscilo.

É lá que a menina-pena percebe
que não sabe voar.
Pena...
Presa no ar.

Monday, October 20, 2008

Thursday, October 16, 2008

a pena - sentença.

_Vamos deixar leve Lu.
Já é naturalmente difícil pela distância...
_Eu não sei ser leve.
_Mas tem que aprender.

Assim levantou a menina na manhã de quinta.
Levitou.
Disposta à mudanças.
Densa.
Pesando os prós e contras
do amor que carrega na cabeça.
Inventado.
Deu pena.

Em outras palavras...

Crônica de uma menina crônica
Por Adriana Guivo


Ela sentiu crônica a dor de amar ao telefone.
Mas antes lhe doía a dor de amar quem só lhe fazia doer-se inteira.
Foi pouco o tempo do amor-sorriso, do amor-abraço,
do amor entre lençóis e panos de prato esperando serem limpos.
A roupa suja se acumulou rápido, transbordando no cesto de lixo,
incalculável mesmo na lixeira virtual.
Seus depoimentos do quanto sofria, compartilhados
publicamente na rede, rendeu-lhe alguns solidários.
Mas o que lhe pesava era a solidão partilhada a dois.
Deixou assentar uma fina camada de poeira sobre as
fotos e memória, sobre toda a mobília,
indo sentar distante da estante que presenciou o princípio do fim.
Nenhum dos livros que ela contém
poderia descrever o amargo paladar das agressões verbais.
Ou mesmo da física (nada quântica).
Foi numa conversa fonada que disse
”não me procure mais”,
ao que ouviu em resposta
“me empresta seu carro ou me dá uma carona?”
Caminharam ruivos de cabeça quente e corações partidos.
Idos. Naturalmente são assim,
carregando estórias anteriores como membros
indispensáveis de seus corpos falíveis.
A fina camada de poeira – a parte mais delicada da relação
– desfez-se estando ela já no meio de uma outra ligação, uma ponte Rio-SP.
Ele ligou só pra dizer que na Bélgica o chocolate
que eles compravam em Pinheiros era muito mais barato.
Foi um engano.
Aquele número já não existe mais
pra esse tipo de mensagem cifrada.
Sem saber o que dizer e sem saber comportar o silêncio,
perdeu a compostura ao deixar escapar os piores verbos
daquele passado imperfeito de meses atrás,
que já não permitia nem mesmo a condição de serem futuros amigos.
Adoraria ter posto o telefone no gancho,
mais romântico que a tecla vermelha de
seu celular terminando a conversa.
Alô? Ninguém, só o vazio do som.
Era só pra confirmar.
Ligou para a melhor amiga e disse:
“acho que o que eu amo mesmo é um telefone:
minhas estórias estão sempre por um fio ou do outro lado da linha”.
Ela é só uma menina crônica que ama
mesmo quando odeia, que atende números privados
ou desconhecidos, e que não entende como uma ligação
se encerra e encerra junto a ligação entre duas pessoas.

Tuesday, October 14, 2008

Deles . no Pão de Açúcar.

"Que lindo ouvir isto de você.
Se eu pudesse tinha filmado.
Acho que vou perdir as imagens
das câmeras de segurança..."

Friday, October 10, 2008

Coabitação Pacífica dos Contrários.

Por favor, não me ligue.
Por favor, não me esqueça.
Por favor, não aborreça.
Não desista.
Não insista tanto assim, é madrugada.

Por favor, me chama.
Me deixa.
Me fala as verdades, as piores, as melhores.
Inventa.
Por favor, me perdoa.
Me esquenta.
Me faz amar.
Odiar.
Crescer.
Por favor, tenta.
Me mova.
Remova todas suas coisas daqui.

Por favor, não volte.
Não se arrependa.
Não me maltrate.
Não olha assim para mim.
Por favor, me escuta.
Não vá embora, ainda é cedo.
Me deixe só se for para sempre.
Por favor, repense.
Por favor, me faça um favor qualquer.

Ela aprendeu com Jurandir Freire Costa:

O cultivo dos sentimentos,
usa as sensações privadas como meio de refinar a satisfação
que podemos ter com a memória das interações emocionais
vividas com o outro próximo.
A realização romântica tem no gozo das sensações
um trampolim para o esforço nos sentimentos de apego,
ternura, preocupação, devoção ou
deleite com a posse ou monopólio do
desejo erótico do parceiro.
A satisfação sensual é um instante que abrevia
a história da relação entre sujeitos,
cujo maior objetivo é a fruição do sentimento a dois.
Saber o que significa “estar apaixonado ou enamorado”
exige dos sujeitos a competência para distinguir
entre a “pura satisfação sensual” e a
“satisfação com a rememoração da satisfação
sensual e sentimental que se pode ter com o outro”.

Thursday, October 09, 2008

Dá pra ser ao vivo?

Esqueça o presente.
Te quero presente.

Tuesday, October 07, 2008

entre amigos com amigos em volta:

_ Diga aí uma qualidade que você enxerga
nos outros que acha que lhe falta.
_ Ai Du, está parecendo meu homeopata!
_ Diz aí Lu!
_ Ah tá, então vai! Queria ter menos força no amor.
_ Depois dessa, vou buscar uma cerveja...

Passa aí sua gratidão!

Ali num cruzamento da Rebolsas,
o homem faz malabares com facas enormes de verdade.
É uma breve apresentação,
dura o tempo vermelho do sinal.
Perigosa e ao mesmo tempo aparentemente inofensível.
Como disse-me um amigo tempos atrás
"É isso que dá ONG no Brasil,
Circo Escola para os meninos
tornarem-se profissionais de esquina."
Enfim, é uma forma ganhar a vida.
Ao terminar o show, ele aproxima-se da janela do meu carro
sorridente com todas as três facas na mão.
Vem buscar a recompensa.
Mas perceba...
Vem armado.

Monday, October 06, 2008

Sunday, October 05, 2008

Enterro.

Questionada após reclamar que a vida ao lado do marido,
com quem passou sessenta anos durou pouco,
como tudo o que é bom; ela explicou:
“É que passou tão rápido.”

Friday, October 03, 2008

Quando não é! [entre eles]

_O problema é que eu não gosto do sorriso dela.
_Ah?
_Não gosto da risada, sabe? Evito até contar piada!
_Só vejo a tristeza como saída neste caso.

Thursday, October 02, 2008

Das lições do amigo jornalista:

"Você só tem que saber que
este amor também vai passar
e como os outros, doer."

Memórias de Verão 01:

Ela andava feliz na chuva
em plena Oscar Freire quando sentiu o cheiro do mar.
Quase que instantaneamente lembrou do “menino do rio”.
Fez-se entre pingos, gotas de saudade.
No minuto seguinte, passou a questionar o odor.
Ué, aqui não tem praia...
Em São Paulo, areia, só mesmo a da construção civil.
Por conseguinte percebeu assustada.
É esgoto Luiza!
O mar dela tem cheirinho de merda.

Tuesday, September 30, 2008

Agende-se comigo!

quinta feira, 02 de outubro às 20h
Abertura da exposição::
Individual de Laerte Ramos
Centro Universitário Maria Antonia
02 de outubro - quinta feira/2008 20h
R. Maria Antonia 294 vila Buarque
São Paulo SP
Tel: 11 3255 7182
Estacionamento conveniado Mariauto:
rua Maria Antonia 176
www.usp.br/mariantonia
www.laerteramos.com.br

...

sexta-feira, 03 de outubro, às 20h
/ abertura da exposição::
É CLARO QUE VOCÊ SABE DO QUE ESTOU FALANDO?
exposição coletiva / curadoria de Luisa Duarte

Artistas:: Amilcar Packer, Cadu, Carla Zaccagnini,
CINEMATA (Cinthia M e Tiago MM), Fabio Morais, Keila Alaver,
Gisela Motta e Leandro Lima, Leya Mira Brander, Lia Chaia,
Marcelo Cidade, Marilá Dardot, Matheus Rocha Pitta,
Maurício Ianês, Nicolás Robbio, Rafael Assef,
Virginia de Medeiros e Wagner Morales.

OPEN CALL - programa de filmes e vídeos::
Curadoria de Suzy Capó (festival Mix Brasil) e
Jürgen Brünning (Pornfilmfestival Berlin).
O programa será apresentado somente
na abertura da exposição, entre 20 e 22h.

Música:: Jan Fjeld

/ Sábado, 11 de outubro, às 15h::
conversa aberta ao público entre a curadora da exposição,
Luisa Duarte, Cauê Alves (crítico de arte e curador) e
Vladimir Safatle (Professor do departamento de filosofia da USP).

na VERMELHO
rua minas gerais 350, 01244-010 - são paulo - sp - tel.: 31381520
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exposição indicada para maiores de 14 anos

Monday, September 29, 2008

Igual ao Pequeno Príncipe.













de presente recebeu a si própria
protegida numa redoma em
companhia única
de uma flor
amarela de
plástico.

Thursday, September 25, 2008

2 x 174!

Estréia hoje mais um filme nacional.
Desses bem nacional, como diria meu primo Pedro lá de Tietê!
Mas Última Parada 174 de Barreto
não deve ser associado ao saturado perfil
“favela movie” que já demos por cansados.
“É o oposto de Cidade de Deus”, afirma o diretor.
Apesar de ter o mesmo roteirista,
trabalhar da mesma forma com atores não-profissionais
selecionados em bairros pobres,
Bruno insiste para que o expectador faça uma forcinha
e perceba que seu filme é na verdade
um épico de coração intimista.
Ao ler as sete este trecho da entrevista dada à Folha,
em companhia de minha torrada e queijo branco,
surgiu a primeira dúvida do dia:
O que será que este cara quis dizer com isso?

Há quem diga que o filme de Bruno
é uma visão demasiadamente familiar da
pobreza e da violência nas favelas do rio.
Eu ainda não o vi, não posso falar.
E estava com preguiça, confesso. Sem vergonha.
Mas ao me deparar com a pequena coluna cinza
no canto direito da página do jornal,
tive a curiosidade aguçada.
O fato de José Padilha ter rompido com Barreto
por conta de uma crítica feita ao filme “Tropa de Elite”
no ano passado, me fez ter vontade de acompanhar
esta história de cinema mudo.
“Silêncio. Não há nada pior do que o silêncio.
O silêncio é mortal.”
Encantou-me entre um gole e outro de café
a luta de egos entre os bem sucedidos diretores.
Alguém aí, poderia filmar isto?!
Padilha prossegue brincando sozinho de vaca amarela.
À imprensa diz apenas não comentar filmes de colegas.
Enquanto Barreto tenta sem sucesso um téco de sua atenção.
Afinal, o filme só existe por causa do documentário
realizado por Padilha tempos atrás.
Ahhh... Esta sim é uma boa história pra contar!

Malhação.

Bom, o que eu posso dizer é que, se
você for dirigir este programa meu bem...
Está tudo terminado entre nós.
rs.

Wednesday, September 24, 2008

Sem dúvidas, "Ainda Orangotangos"!

O filme de Spolidoro foi considerado o melhor do Festival de Milão no último sábado.
Concorreu com nove trabalhos de outros países e saiu ganhando.
O que me faz crer que seu único plano-sequência fez a diferença.
Dessas que não percebi.
Vale a pena então conferir!

Ninja com Facas.

















veja mais flores!

das observações idiotas dela:

"Ele parece, não sei... Mais vivo que nós.
Sei lá, me senti meio morta."

"Parece um personagem!
Mas considerando que ele é ator... "

Tuesday, September 23, 2008

Amigdalite de setembro.

A Nona perguntava outra vez quem é sua mãe
em mais uma manhã de café sem gosto em
companhia da menina que permanecia imóvel e calada.
_Sou filha da sua filha Vó!
É a nona amigdalite do ano.
Só isso passava na cabeça dela.
A fez febril. Ponderar e parar pra pensar que
deve ter algo ali entalado que a faz sentir tamanha dor.
Uma vez ao mês, padece disso.
Depois passa, é sempre igual.
Um desconfortozinho no dia anterior,
uma dor intensa nos dias seguintes, dez;
com tudo que uma amigdalite lhe dá por direito.
Antibióticos, alguns quilos a menos...
Depende da duração do processo.
A menina chorou ontem à noite
ao perceber a visita da dor ali de novo. Fez nó.
Deitou na cama dos pais, por onde estava
de passagem e dormiu rápido.
Era cedo. Acordou tarde.
_Você é filha de qual filha minha?
_Nona, você só tem uma...
Saiu indisposta a resolver o problema.
Pensou em tirar as próprias amígdalas
com uma faca de serrinha.
A mesma usada para cortar o pão de manhã.
O mesmo que ela foi incapaz de engolir.
Não passava.
Dói.
A dor dói, depois passa.
Volta.

A menina tornou a pensar nas questões psicológicas
que podem sim ocasionar tamanha infecção.
Não que ela acredite assim, no poder de sua mente.
Não mente! Ela agora busca explicações invisíveis
para o fenômeno tormentoso que a invade mais uma vez.
Pois que seja então sobrenatural!
Olhando para os dois frascos de homeopatia,
duvidava de sua eficácia, mesmo sabendo que é preciso ter fé.
Recusou-se voltar no otorrino,
apesar de já ter desenvolvido com ele uma amizade profunda.
Mas só de pensar no tamanho do último antibiótico...
Era quase uma banana nanica!
Isso sem comentar que o Dr. Otorrinolaringologista
prometeu-lhe cirurgia como último caso.
Ela tem tido pesadelos com a voz dele
dizendo em tom de piada
“você que é minha paciente desde 1992,
está no último caso, desses que a gente tira mesmo
as amígdalas sem dó, só dor.
Mas dor você já está sempre sentindo,
uma a mais, uma a menos,
considerando que nesta exata região será a última...”.

Ela foge e por isso passa as horas olhando
para os frasquinhos e tenta com toda paciência do mundo
(que ela naturalmente não tem)
se organizar com os horários e alternância dos líquidos.
Tatuou-os com caneta 01 e 02.
Deveria pingar dez gotas de cada de duas em duas horas.
Mas de verdade, nunca se lembra se tomou o 01 ou o 02
portanto, tenta (sem sucesso) enganar a si mesma.
Do tipo: “Luiza! Parece que está dando certo!”
E está! Acaba de repetir ao digitar.
P A R E C E Q U E E S T Á D A N D O C E R T O .
Como se o segredo fosse acreditar! Besteira!

Às vezes, pára em frente ao espelho e
faz caretas para admirar o pus.
Faz poesia com ele.
“Pus, meu querido pus, quem foi que te pôs aí?!”
Mas dura pouco o bom humor em dias assim.
Tirando sarro e sofrendo consigo mesma.
Pensa que se morrer disso ao menos morre calada
porque dói também para falar.
Mas esta é a parte boa!
Sente-se no direito de seu próprio silêncio.
“Deixe-me aqui com meus pensamentos”.
Ao ligar para o novo Dr. homeopata confessou
envergonhada que havia perdido a receita da última quinta feira.
_Luiza, você inconscientemente não quer fazer o tratamento!
_Não, olha... É lógico que eu quero! Eu preciso.
_Não, você não quer.
Chorou e por sorte ele não percebeu.
Não percebeu? Foi duro e de graça.
Não a consulta!
Mas será que ele acha que ela foi obrigada até lá?
Será que ele sentiu-se incomodado porque ela já
tentou esta medicina outras vezes e não obteve hesito?
Será que ele acha que ela é uma menininha mimada?
Báh! Está sofrendo! Será? Será?
Nem ligou, desligou.

Falou meia dúzia de palavras cansadas por hoje. Sussurrou.
Achando que talvez a dor na garganta fosse
por conta das coisas dolorosas que já passou na companhia deles.
Então, após falar, se era este o problema; passara!
Não!
Até as dezesseis de hoje não havia parado à pensar
que todas as suas dores, foram sempre repartidas, divididas.
Que todo desconforto fora causado apenas por vítimas.
Do amor, de compaixão, solidão, ansiedade.
Ela não se perdoa por possuir marcas de sua própria história.
Mas o que fazer num caso como este?
E se a dor era de coração, como é que foi parar na garganta?
E se realmente tirar as amígdalas, para onde vai a dor?
O que se faz com a memória?
Agora, todo e qualquer perdão é em vão.
Desculpa.
Belladona 6 CH e Mercurius Solubilis 6 CH devem resolver o fardo.
Ou aliviar o fato.
Até o mês que vem chegar.

Monday, September 22, 2008

Folha.

_Tia, você trabalha com figurino?
_Ué, como você sabe?
_Tem um cabide tatuado no seu braço.
Ela sorriu.
_Então, me dá um emprego?
_Não tenho como te oferecer uma vaga,
lá só admitimos meninas.
_Ah, então me dá um dinheiro!!!
Ela graciosamente estendeu o Caderno Dinheiro
do jornal que lia no exato momento em que
parou no sinal da avenida Brasil com a Rebolsas.
_Não tia, eu não leio não.
Eu assalto e vou lembrar do seu rosto
abusado cheio de pintas amanhã!
Ela sorriu outra vez.
Verde.
E simplesmente seguiu alguns
poucos metros à diante.

Trouxeram-lhe cores do Rio.

Saturday, September 20, 2008

MEREÇO! 01 E MEREÇO! 02

MEREÇO! 01:
Estava almoçando com uma amiga da Pós,
num buteco aqui de Pinheiros e toca meu telefone.
_Oi por favor, eu queria falar com Pablo.
_Desculpa, mas este não é o telefone dele. Quem está falando?
_Renato!
_Oi Re, pára vai... Como você está? Que saudade!
_Desculpa, mas acho que você está me confundindo...
_Ai, então estamos os dois confundidos.
_Não olha, me passaram este telefone. Eu quero falar com Pablo.
Quem me passou foi o Alessandro, você não o conhece? Ele trabalha com design.
_Ah, o Alê. Sei, mas olha, o Pablo é meu ex namorado.
Se você quiser posso te dar o email dele,
porque ele foi embora. Está pela europa.
_Ah não, tudo bem. Era um desconto para o curso de inglês.

MEREÇO! 02:
Comprei NEXTEL.
Agora minha sobrinha Rosa de quase cinco,
fala comigo o tempo inteiro pelo rádio.
_Tia Luiza tá namorando! Tia luiza tá namorando!!!
_Rs. E qual o nome do namorado da tia Luiza?
_Tio Pablo! Tio Pablo! Tia Luiza tá namorando com o Tio Pablo!!!
_Não Rosa, o tio Pablo morreu!
_Como?
_Ah Tia Luiza matou.
_Tia Luiza vai ser presa... tia luiza vai ser presa!

Friday, September 19, 2008

Variações do mesmo acaso.
















_Mas você foi no ornitorrinco?
_No otorrino?

Thursday, September 18, 2008

Dúvidas de uma tarde de quinta.

Batalha!
homeopata X menina:

_Você sempre responde uma pergunta com outra pergunta?

_O Sr acha que eu estou dificultando o diagnóstico?

_Se você já tem as respostas, para que procurou ajuda?

_O Sr não pode imaginar, fico paranóica!
_Ah, eu imagino!
_Como assim imagina? Falei que o Sr não pode imaginar...

_Diga-me seus defeitos.
_Eu não!
_Ah, você não possui...
_Tenho! Muitos! Mas não vou te contar.

_Luiza, você é teimosa, mandona? perguntou já afirmando.
_Imagina... Eu sou tipo boazinha. E o Sr está autorizado a Imaginar agora.

[sorriu X sorriu depois de chorar por ter cutucado as feridas.]
ficando no zero a zero por enquanto.

Tuesday, September 16, 2008

Casa comigo que eu te faço a mulher mais separada desse mundo!

Agora é assim que funciona.
Vamos nos amar, nos conhecer,
nos contorcer, trepar loucamente,
fazer o melhor papai\mamãe do planeta!
Vamos planejar ter filhos, uma casa espaçosa com livros
incríveis na estante e algumas plantas vivas;
tudo isso em três longos e duradouros meses.
Está de acordo?
Casa comigo que eu te faço o homem
mais amado desse mundo.
Mais bem cuidado, protegido e bem alimentado.
Com direito a almoço e jantares. E vinho tinto!
Porque meu bem, faz bem ao coração.
Então vem, casa comigo e fica aqui em casa por tempo.
Te faço café enquanto você invade minha cama,
meu espaço e deixa pedaços seus bem
espalhados por todo canto.
Sua camisa predileta no meu cesto de roupa suja.
Confort.
Espalha tudo, é tudo seu.
O que é meu é teu e eu, bem...
Sou sua por três meses, invariavelmente.
Aproveita! Relaxa, goza e espalha!
Esparrama...
Assim, quando for embora não serás capaz
de se recolher por completo.
Deixando à mim lembrancinhas suas
que de início vou odiar, depois me apegar e em três meses
elas estarão todas no lixo da cozinha.
Sem rancor algum.
Mas vem cá, casa comigo, não tenha medo.
Não teremos envolvimento.
No máximo fotos bonitas,
uns lençóis com nossas marcas e
mágoas maiores que nós.
Nada que não se supere nessa vida.
Afinal, três meses não é nada!
Somos adultos e desde o início
avisamo-nos que iríamos embora.
Então olha, não reclama!
E se eu voltei pra te fuder,
não reclama, porque sei que no fundo gostas.
Me disse.
No ouvido.
Noites atrás. E tem mais!
Duvido que não sinta minha falta!!!
Mas se sente, não me diga. Não me conte.
Aqui, baixinho no ouvido outra vez.
Não suporto saber.
Não quero.
Nem do seu novo namorado.
Não preciso dessa sua informação.
Não quero mais nada.
Você não tem o direito de contar,
nem desenhar, nem planejar um reencontro.
Mas você está bem?
Temo saudade.
Tenho.
Somos tão bem resolvidos.
Desde o início avisei que não queria, te querendo!
Que não daria certo.
Que a distância, distancia-nos.
E eu, bem não podia casar. Nem com você.
Emendando um amor no outro.
Amando a todos.
Sentidos.
Sentindo muito.
Sinto muito.
Casa comigo que eu te faço a mulher
mais separada desse mundo.
Mas cheia de experiências e madura.
Tão dura.
Que tem perdido a doçura.
Vale um perdão?

pra hj!













Sunday, September 14, 2008

Saturday, September 13, 2008

LP pós dramática!
















+ o melhor da semana
ela faz questão de dividir contigo!!!
Jo construindo imagens +
Finotti aparecendo na TV +
Federico se apresentando por aqui.

Wednesday, September 10, 2008

Por que SP?
















Sempre questiono ao cair na marginal pinheiros:

“Luiza, o que é que você está fazendo
aqui nessa cidade cinza?!”

Olho para o horizonte feito de concreto
e vejo um ar quase sólido.
Enojo.

"Que horizonte?" com ar indignado.
A frase vem do casal soteropolitano.
"Luiza, esta cidade não tem horizonte!"
E já rendeu discussões na nossa mesa.

“Lógico que tem. É beginho, quase marron”
explicava para o menino do Rio ao telefone dias atrás.

“Ai, o que é que estou fazendo aqui?”

Segue então uma lista dos porquês de SP!
1. pão de queijo da Hadock
2. Sala São Paulo (orquestras)
3. Pinacoteca e Estação
4. Ritz (mojito + bolinho de arroz)
5. pós graduação na PUC
6. Livrarias da Vila
7. Café Suplicy
8. MAM + MASP + MAC
9. cinemas na consolação e augusta
10. estrangeiros vivendo e passando por aqui, trombando comigo
11. shows diversos e às vezes de graça
12. Casa Belfiori (a melhor margarita)
13. Liberdade
14. galeria Vermelho
15. SESC pinheiros
16. Pão de Açúcar bem em frente de casa
17. Mercado Municipal + 25 de março = almoço no Raful!
18. aqui conheci e fiz amigos de verdade
19. quase não bate sol
20. me faz ter vontade do que não tenho,
tipo o mar, grama ao meu alcance e
alguns cheiros que guardo na memória.

Tuesday, September 09, 2008

c h o i c e

Não fale da distância.
Prefiro ouvir da saudade.

psicossomatizando
















Minha garganta dói.
Minhas pernas tremem.
Minha cabeça gira.
Minha barriga ronca.
Meus braços permanecem imóveis
bem ao lado do corpo.
Vou brincar de estátua contigo.

Monday, September 08, 2008

para ainda hoje!

orfanato portátil indica...
[mas aqui a dica chegou através do Rix]

tum-tum... posso te ouvir agora!

De sábado até segunda:

_Posso te dar desse filme transparente para você
desenhar e fazer um filminho se quiser.
_Só se a gente construir uma história.

...

significando meu coração:

de * coraco < Lat. cor

s. m.,
órgão muscular, agente principal da circulação do sangue;
a parte externa esquerda do peito, onde se sentem as
pancadas do coração;

fig.,
afeição, amor, complexo de faculdades afectivas;
generosidade;
ânimo, coragem;
memória;
carácter, índole;
sentimento moral;
centro.
- de oiro: pessoa de grande sensibilidade;
confranger-se o -: afligir-se;
cair o - aos pés: apanhar um grande susto;
ficar muito desiludido ou desenganado com uma notícia;
falar com o - nas mãos: ser franco;
fazer das tripas -: conformar-se;
falar ao -: comover, sensibilizar;
abrir o - a (alguém): revelar os
sentimentos íntimos com lealdade.

Friday, September 05, 2008

Trem das onze ou vôo do meio dia, tanto faz.

Felicita-me!
Um viva à quem tem asas!
Aos aviões, abelhas, pernilongos, mariposas e outras pessoas!

Thursday, September 04, 2008

ziiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuu...

Era uma vez mais uma história de amor.
Agora entre pernilongos e uma lagartixa.


O pernilongo Ronaldo mora ali no quarto e adora o sangue dela.
É apaixonado pela pernilonga Rafaela e por ela arrasta sua asa.
Arrasa.
Sobrevoa os ouvidos da menina, mas a pernilonga nem liga.
Faz pouco caso. Ignora. Não suporta nem o zumbido que ele faz.
Isso porque Rafaela certa noite foi comida pela Lagartixa.
Devorada.
Deglutida.
Jogada na parede.
Foi tipo amor à primeira vista.
E amor de pica, fica.
Foram felizes para sempre.

Só, o pernilongo Ronaldo entregou-se a bebedeira.
Vivia caído pelos cantos do quarto, moribundo.
De tanto beber do sangue da menina,
contraiu uma amigdalite “daquelas”.
Morreu faz dois dias de nó na garganta e dor no coração.
E nem teve enterro digno de quem um dia amou de verdade.
Foi varrido, coitado imperceptível, pela faxineira Maria
e jogado no lixinho da cozinha.

Tuesday, September 02, 2008

Percebeu numa conversa pouco íntima.

Ele: Adoro! Não consigo saber se você
é deprimida ou apaixonada.
Ela: Ai, talvez apaixonar me deprima!

O Bolo.













Se tiver que partir.
Parta.
Só. Me deixe em pedaços miúdos.
E leve consigo qualquer resquício seu.
Tipo a faca.
Faça certo.
Pois se tiver de passar.
Passa.
E deixa-me uma caixinha de analgésico
em cima do criado mudo.
Outra de antitérmico e um
termômetro para eu medir a dor.
Se tiver de ligar.
Liga.
Disfarçadamente como se quisesse
saber de mim e não de você ao meu contato.
Se tiver de sumir.
Assuma.
Se tiver de fugir.
Corra o mais rápido que conseguir.
Se tiver de voltar.
Dê meia volta.
Se tiver de chorar.
Ora, não tem problema.
Se tiver dilemas.
Resolva.
Se tiver pó.
Faça um café e lembre-se do bolo de fubá.

Monday, September 01, 2008

Numa noite de segunda-feira...

A Jabuticaba mandou pelo MSN:
VOCÊ!
rs.
E a Moranguinho respondeu:
DESENHOS NOVOS!

woo hoo!

Faço uso pela manhã pra animar!
Confesso!
woo hoo!

Sunday, August 31, 2008

C o m p a r t i l h a n d o . . .

O bem que ele me faz,
faço a ele também.
Ah... É assim?
Não sabia não!
como diria minha Nona
com toda razão.

s a l d i n h o
do
d o m i n g o :


Fez bolo de Fubá para para perfumar a casa com café.
Dividiu. Levou pedaços na Franca e na Brigadeiro.
Fez bolo de mexirica para o aniversário da amiga mais chic! Divertiu!

Wednesday, August 27, 2008

Entre elas.

_Eu sou uma puta tímida.
_ E eu, uma puta emo.

Saturday, August 23, 2008

Na mesa deles:

_Você não vai acreditar.
_Não.
_Saí com uma menina esta semana
e quando tirei a saia dela, adivinha...
_O que?
_Ball´s, estava escrito na etiqueta.
_Olha, menina de bom gosto.
_Era uma balonê.
_Que graça!
_Uma balonê G.
_Ui.

Friday, August 22, 2008

Se pá, não é verdade!

Quanto menos ela quer, mais os outros querem.
A vida é mesmo um jogo.
Mas ela se coloca no banco de reservas
e espera sem pressa a dor no peito passar.

Thursday, August 21, 2008

Ela se agarra ao próprio sorriso.

Mal consegue disfarçar.
Tenta se controlar.
Dosando a alegria para não gastar.
Se vê no melhor estilo montanha russa.
Emocionalmente divertida e abalável.
Ansiosa por viver a própria história.
Escrevê-la. Vive intensamente cada instante
com o cabível receio de que o bem estar passe.
Segue adiante.
Porque só sabe olhar para frente e
jamais andaria dando passos para trás.

Wednesday, August 20, 2008

Percepção Perspicaz.

Na língua do P?
Não.
De novo, de sorvete na mão ela percebeu e não
hesitou em comentar com a dona do café
de todos os dias às dezessete:
_Ai, acho que sarei!

...da liberdade que se tem quando não se tem nada.

Luiza pode tudo.
Ela não tem nada.
Nem ninguém.
Nem obrigações.
A única é ser feliz!
E se não consegue... Haja incompetência!
Por que estás triste?
Não há nada que te prenda aqui.
Ou, não se prenda por mim.
Ganhou uma prenda e não sabe o que fazer com ela.
Amarra-a ao seu corpo.
Transforma-se numa mulher bomba.
Explode e se espalha em milhões de pedacinhos pelo ar.
Difícil...
Respira fundo e recolhe seus cacos.
Mas não se cola.
Pra facilitar.

Quer uma mãozinha?
Meu coração? Está aí oh, bem no fundo.
Pode pegar!
Devolve meu braço?
Envolve minhas pernas?


Luiza pode tudo.
Ela não tem nada.
Nem ninguém.
Arma-se de desejos, medos e pedras.
Um presente. Um embrulho no estômago.
Um abraço e um beijo fugaz na Augusta.
Sabor creme.
Leva uma âncora no bolso pra passear.
Mas a podre moranguinho
(apelido adquirido no bar)
não percebe que ninguém a vê afundar.
Afoga-se sozinha.
Te engasga de si.
O que te faz ir?
Por que não me faz rir?
O que te faz acordar, levantar, dirigir, trabalhar...
Filha, o que te faz desenhar?
Ler, estudar.
Não tem ninguém a lhe observar...
Não tem ninguém aqui.
Nem ali, nem lá.
“Estás só guria, é bom se acostumar.”¹


¹frase da amiga que habita Casas de Sofia.

traçando novas experiências.

















desenhando histórias melhores.

Tuesday, August 19, 2008

3:27 am

Chega cansada.
Liga o chuveiro.
Depois de uma certa idade,
jamais se deita na cama vinda
de um lugar como aquele.
No resto de início do dia
scaneou desenhos.
Percebeu um barulho peculiar da multifuncional
e a liberdade que se tem quando não se tem nada.
Deixou tudo e as queixas do que lhe faltam
para o amanhã. Mas que seja antes do meio dia.

E um amigo Super passou outro Super.

Compartilho!
Nicola Costantino.

Já que o assunto é ser Super...

Dulce Pinzon
para alegrar os olhos.

Heroínas.

"Woman are Heroes"
do fotógrafo francês
J.R.
bahhhhhhhh guri!!!
É de fazer cair o queixo!

Monday, August 18, 2008

Para você ir amanhã.
















Rosângela Rennó - Tree Holes (1998 - 2001)


Vera Chaves Barcellos
Casasubu

Provas de Contato
Amílcar Packer, Carla Zaccagnini, Cia de Foto.Claudia Andujar,
Ding Musa, Jac Leirner, Marcelo Zocchio, Odires Mlászho, Rafael Assef, Rosângela Rennó

Curadoria de Cia de Foto

19 de agosto, terça-feira, 20h

Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais 350, São Paulo - SP
11-3257-2033 ou info@galeriavermelho.com.br
www.galeriavermelho.com.br
Terça a sexta, 10-19h; sábados, 11-17h
Provas de Contato acontece simultaneamente à semana de
Fotografia EPSON
que tem curadoria da Cia de Foto,
e que ocorre de 18 a 22 de agosto,
na FNAC – Pinheiros (informações semana@sixpix.com.br).
Exposição até 27 de setembro de 2008

3 bolas as três horas e quarenta e cinco minutos.

Buscando sentir-se melhor ela tomou 3 bolas de sorvete.

Damasco
Chocolate com raspas de laranja
Morango

Só porque estava em promoção.
Custo x Benefício
Na sorveteria ali pertinho de onde
deixa o carro com o manobrista Marco,
entrou de óculos escuro;
sua melhor companhia desde domingo.
Inseparável.
Olhou a tabela de preços e foi convencida.
_Três sabores, por favor.
Um em cima do outro, bem equilibrados!

Andou pela calçada lambendo o gelado.
Como se isso resolvesse algo.
Tropeçou no canteiro de flores.
Amorteceu a língua tentando bloquear os pensamentos.
Mas nada.
Seguiu com um café expresso.
Tratamento de choque.
E nada.
Nada é tão simples.

Amigos ligam para perceber sua voz.
Trêmula e indisfarçável.
_Nem quero falar.
_Eu sei. Te conheço.
Na tentativa de adoçar a tarde deram-lhe conselhos.
E uma atenção indispensável jamais oferecida.
Ou ela nunca percebera. Nunca assim.
Fez-se conforto com palavras graciosas
em pouco mais de nove minutos de conversa doce.

É necessário agradecer aqui:
Maíra, Adri, Rita, Filipe, Edu, Papa e Mama, Dri,
Marina, Francisco, Luluca e Mauri, Josefina,
"a menina que mora comigo" e como ele ensinou,
quem mais a aguentar por perto. : )

da sua Nona: Alzheimer x Lucidez

_Você tem mãe?
_Sim vó.
_E quem é?
_Sua filha.
_Qual?
_Você só tem uma.
_Ahhh...
_Vamos tomar um solzinho lá na fente?
_Não. Eu não tenho mais ilusões.
_Nem eu.
_Mas eu sou velha. Você é muito nova para não ter!!!

Sunday, August 17, 2008

Ele é sádico. Combina comigo?
















sadismo
de Sade, n. pr.
s. m.,
perversão daqueles que sentem prazer sexual
praticando violências ou sevícias em pessoa de qualquer sexo,
animais ou objectos;
por ext. perversão na qual um indivíduo sente
satisfação com o sofrimento de outrem.

Saturday, August 16, 2008

Francine, a menina que mora comigo.

Moro com uma menina que mora comigo - parte 3.

Na noite de sábado:
_A que ponto cheguei... Estou assistindo Cinderela!!!

O Astro.
















Fodam-se os signos e seus significados.
Serei feliz lá por quarta-feira.

de novo da Bárbara Abramo:

"Se estiver em crise num relacionamento,
é provável que daqui em diante ele se torne insustentável.
O eclipse lunar no signo complementar
ao seu aponta mudanças em seus relacionamentos.
Alguns irão embora, outros se modificarão e
você precisa ficar aberto e
ligado para extrair o melhor dessa fase."

fonte: Jornal Folha de São Paulo
caderno Ilustrada - ao lado
do quadrinho do Laerte
que vale muito a pena ter e é baratinho!!!

Thursday, August 14, 2008

do diálogo ali na augusta.

Ela tem pensado tanto...
Pesado. Que respondeu:
_Sabe bigorna? Aquele negócio que cai na cabeça do pica pau?
É assim que me sinto.

do e.mail de agora pouco...

Impessoal como nunca.
[Acho que nem somos nós.]

do encontro de agora pouco:

_Eu não sabia que você estaria aqui.
_Ah, lógico. Ato falho.
A culpa é também minha de eu estar aqui?

da irmã mais velha:

"Aproveite que esta sua fase de
solteira costuma durar pouco."

Wednesday, August 13, 2008

A culpa da Infelicidade.

Só me faz mais triste.

Das coisas incríveis que Ele me mostra.

Ele entrou na minha vida.
Só e através de Josefina.
Pra mostrar-me o que há de belo por .

Das frases delas.

Moro com uma menina que mora comigo - parte 2.

As 10:18h passei pelo porta do quarto aberta:
_Ai, não estou com coragem de sair da cama hoje.
_Eu também. Vamos ficar. Temos 26 garrafas de cerveja na geladeira.
Dá para ficar vários dias sem sair de casa...
_Luiza, era uma piada.
_Ah...

Pergunte ao espelho.
















casas de sofia na casa de luiza

Tuesday, August 12, 2008

5 estrelas

Eu moro com uma menina que mora comigo.
E sempre ou quase sempre digo aos outros assim
“a menina que mora comigo...”
Só para encurtar as questões do tipo:

_A Francine...
_Que Francine?
_A menina que mora comigo.

Pragmatismo.

O fato é que quase não nos encontramos.
E quando nos encontramos, quase não conversamos.
Mas de uns tempos para cá temos trocado umas frases.
Construindo mini diálogos.
E hoje, até tomamos uma cerveja na sala enquanto ela
fumava um cigarro depois de três dias vitoriosos sem fumar.
E a chata aqui perguntou:

_Se faz três dias que você não fuma, porque vai fumar agora?
_Ai, to nervosa!

Posso dizer-lhes que nossas conversinhas
têm me rendido bons sorrisos.
Hoje ou amanhã (passava da meia noite) ela reclamou:

_Como é chato este negócio de Olimpíadas!
_Fran, você acredita que meus pais gostam de assistir?!
Bahhh, também acho um porre. O que está passando agora aí na sua TV?
_Ah, toda vez que ligo só vejo gente dando estrelinha.

Roqueiros quebram guitarras.

Enquanto escritores sofrem.












Nos primeiros minutos de 29 ouviu:

“Ahh Luiza, pare de ser tão exigente com si mesma.
Relaxe e goze a vida.”

“Você não tem porque estar triste.”

“A Luiza é triste. Nunca vi alguém refletir
tão profundamente a vida na idade dela.”

“Você é emo!”

“Quando era criança você não percebia
a vida à sua volta. Estava sempre sentada
voltada ao seu caderno de desenhos.
Era quase autista.”

"Ah! Você deve ser adotada! Não tem nada de
leonina! Sua mãe deve ter te adotato e
não sabe a data real do seu nascimento!"

“Você não serve mais para mim.”

“Luiza, você derruba todas as
minhas convicções. Põe-me em cheque.”


Ela não quer mais ser ela mesma. E agora?
Alguém aí tem uma dica?

Sunday, August 10, 2008

Papi!

Ela acordou na casa dele.
Vestida de cinza, sob forte
efeito do cigarro de ontem.
Sentou-se na poltrona azul,
única existente na sala.
Satisfeita, pensou no vazio
que ele fará ao deixá-la.
E seguiu ao encontro do
homem que mais a ama nessa vida.
Andaram de mãos dadas no parque.
Era o dia deles.

Friday, August 08, 2008

Lhe parte o coração quando:













Ele diz olhando nos
olhos fechados dela
“Eu não vou me despedir
porque não deveria te deixar."

Wednesday, August 06, 2008

Conversas de Corredor.

_Lá em casa todo mundo tem câncer. Meu avô, meu pai teve...
_Ah... lá em casa também. E tem também políticos. E advogados.

Monday, August 04, 2008

Disse-me Bárbara Abramo:

"Tensão passageira contra-indica compras,
decisões ligadas a recursos e dinheiro.
Especialmente se o negócio tiver de ser
resolvido às pressas e envolver altos valores,
desconfie. Ilusão sobre parceiro de amor ou
trabalho traz decepção à tarde. Anote idéias
brilhantes e poderosas."

rs.
E depois de tudo ela ainda acha que serei
capaz de ter e anotar as idéias purpurinas...

Sunday, August 03, 2008

Ao telefone.

Dá para tentar ser normal um pouco?
Vamos tentar?
Tenta daí que eu tento daqui.
Faremos um teste.
30 minutos?
isso.
Te ligo daqui a trinta minutos para dizer como foi.

Friday, August 01, 2008

Canção de Ninar.

Um pequenino grão de areia que era um pobre sonhador,
olhou para o céu viu uma estrela, imaginou coisas de amor.
Passaram anos, muitos anos.

Ela no céu.
Ele no mar.

Dizem que nunca o pobrezinho, pode com ela se encontrar.
Se houve ou se não houve alguma coisa entre eles dois
ninguém pode até hoje confirmar.
Porém o que se sabe é que depois,
muito depois, apareceu a estrela do mar...

Wednesday, July 30, 2008

Destreza.

Estranhamente ela preferiu ficar em casa ouvindo discos
e desenhando ao invés de sair para dançar com as amigas.
Estranhamente ela preferiu desfrutar de uma fruta
ao invés de colher um bombom com recheio artificial de morango.

É um convite!

Tuesday, July 29, 2008

Dos meus desejos que estarão à venda no Bazar.zão.













Bazar.zão começa neste sábado.
Aqui na Ball´s da Galeria Ouro Fino.

horário de atendimento:
das 10 as 20h

Meu mais novo vício. Bom.
















Ali.

Monday, July 28, 2008

Abre lá!

Onde?
Amanhã!
Na Vermelho!

Tipo incrível!

bolinha branca













_A Luiza é má com uma raquete na mão!
_Ah, eu tinha que ser cruel em alguma coisa, né?!

[pensamento do dia: que coisa mais
idiota ser malvada no ping-pong]

Comeu um saco de sal.

Sunday, July 27, 2008

Ele sabe tudo o que dizer à ela.
















Enquanto o melhor dos amigos e das companhias comia um mini beirut,
ela divagava sobre o simples ato de existir.
Existir assim, como mulher, aos quase vinte e nove achando,
sinceramente que tem tido certa dificuldade em viver.
Ele com toda calma explica-a (não pela primeira vez)
que é preciso calma. É quase uma lógica CALMA!
E que na opinião dele,
que ela leva muito em consideração;
o melhor a se fazer no caso específico é retirar-se.
_Sabe Lu, porque nessas horas normalmente falamos besteira.
Consentiu com os olhos.
Transparências.
Mais um chopp.
Uma piscada com o olho esquerdo.
E a certeza de que o importante são as pessoas que se mantém por perto...

Friday, July 25, 2008

E o Contardo Calligaris escreveu para ela no jornal de quinta.











Questionando-a assim:
...
Quantas vezes, para nos protegermos,
sacrificamos um princípio que é para nós essencial,
algo sem o qual, no fundo, não somos mais aquele
“nós” que queríamos proteger?
Quantas vezes os atos com os quais pensamos
nos preservar destroem nosso âmago
talvez mais do que o perigo contra o qual reagimos?
Os exemplos estão na história de cada um.
São as covardias das quais somos capazes em nome de
uma necessidade de defesa ou de preservação.
É melhor sermos derrotados,
perdermos o emprego, perdermos um amor ou,
então, “ganharmos a parada” com um gesto que nos extravia,
que nos torna, aos nossos próprios olhos,
indignos do amor que queríamos resguardar e
conservar ou do poder que queríamos manter ou conquistar?


Hummm...
Desculpe, mas quanto aos princípios,
amor, ética, respeito; existe
tranqüilidade no peito dela.

Não foi por isso que dormiu mal.
Mal não! Pouco.
É que sonhou com cisne.
O cisne do sal sabe?
Porque descobriu ontem
(passava das onze)
que nos últimos meses construiu um mundinho
próprio feito de lágrimas.
Mas que, como toda água evapora,
logo desse mundo não restará nada.

Só um punhado de sal com o qual fará um castelo.

[E foi também na noite de ontem que deu início a yoga
com um professor de sessenta e quatro que de cara
e olhos nos olhos, disse-lhe:
Luiza o mundo é uma grande comunidade,
podemos vê-lo como uma grande família.
Onde temos que conviver bem com todos,
mas não com qualquer um. Hah! Filha da mãe! rs.
Ela o agradeceu com um sorriso]

Thursday, July 24, 2008

Ela escreveu sobre a tarde de quarta.

Não é ela.
Mas ela.

[extrato de camomila]
















Ganhou na saída do cinema uma
pequena amostra de sabonete íntimo.
Isso faz tempo...
Deixou-o esquecido por entre as outras
coisas esquecidas na cômoda
que pertencia a sua avó!
Sua avó que tem Alzheimer.

Na terça a noite não resistiu ao ler
na embalagem as propriedades
fitoterápicas existentes naquele envelopinho.

Passou-o no rosto.
Hummm...
Fez espuma e cheirinho.

Saiu para jantar com os amigos
com cara de xoxota calma.

Wednesday, July 23, 2008

Da carta escrita por ele.

E de repente ela entendeu o trecho que dizia:
"...meu amor será para sempre
descuidado e imprudente por você".

Monday, July 21, 2008

Ex.vazia-me?

















Ela está com preguiça de todos.
Mas não desiste de adoçar
a curta vida dele como pode.

Um suspiro por um suspiro!

Você me deve um doce, bem doce.
Com arrepio.

Respiro.
Ouço Beirut.
Recordo do nosso gosto.
Sinto por entre as pernas um cheiro nosso.
E no rosto demonstro que ainda estou cheia de ti.

Friday, July 18, 2008

Cada um adoça a vida como pode...












E o bem estar durou pouco mais que dois dias.
Bastou ela recolher as ligações dele no final de domingo.
Eram cinco. Talvez.
Amáveis e altamente abaláveis.
Doces instantes não atendidos,
graça ao filme chato em cartaz no IG Cine.
Como pode?
Não deve, mais pode.

[descontrole]

Ela vai ao cinema de pijama e trench-coat.
Deixa as pantufas pra lá.
Calça o tênis de sempre e atravessa na faixa.
Nada de atividades arriscadas no momento.

Assim a semana iniciou-se:

Havia um encontro previamente agendado para o meio dela.
Que ela poderia desistir. Não faria.
Ou ainda, não avisar e não ir. Jamais ousaria.
Ela poderia tudo.
Estaria no controle.
Como diz no seu mais novo mantra
que repete frente ao espelho
do banheiro enquanto a água
escorre e os dentes escova:

“Estou no controle!
Estou no controle!
Estoy en el control.”

Sorriu solto e era segunda.

sorriso01. Quando observou o rosto de sua
costureira manchado de tinta para cabelo.
Fazia uns riscos, bem no meio da testa...
Foi inevitável o riso!

sorriso02. Quando atendeu um moço que
tentou explicar-lhe o porquê da necessidade
de uma calça bem larga no cavalo.
_Estou com alergia nas partes íntimas.
repetia ele todo vermelho.

sorriso03. Quando tomou coragem e
domou o carro até Sorocaba
só para chegar à meia noite e
dar parabéns ao seu pai.
56!

sorriso04. Quando ouviu dele
que era o homem mais feliz do mundo
porque tinha a mulher e os filhos que sempre sonhou.
Achou lindo e pela primeira vez há meses chorou de alegria.

sorriso05. Quando fez alongamento com sua Nona
já na terça pela manhã. Ela mais reclamou do que alongou,
mas garantiu gargalhadas autênticas às duas e à enfermeira.

sorriso06. Quando seu melhor amigo Cacá
deu as caras depois de meses de licença maternidade.
Ela se deu ao luxo de atender ao telefone assim:
_Tem certeza que ligou certo Cacá?
É a Luiza aqui do outro lado...
Tomou um chá em sua companhia.

sorriso07. Na estrada voltando para capital
lembrou-se com carinho das pessoas que já amou e
que com eles sempre compartilhou músicas.
Percebeu que seus amores permeiam por grandes sons.
E que são eles que escolhem sempre.
Um usava cds recém gravados, com músicas próprias colocadas
na disqueteira do carro. Outro o Ipod, fazia um playlist
e ia lhe explicando, catarolando...
E o terceiro, bem, este é um homem de uma música só!

Alinhe-se LP!
Deixe o disco rodar!
Está tudo indo muito bem...

[ficou 4 dias de cama,
dodói mesmo
e saiu só esta tarde de casa.
Ficou feliz ao ver o sol.
E ao se ver nele...]

Sunday, July 13, 2008

Friday, July 11, 2008

Em Primeiríssima Mão!




Cláudio Medusa escreveu:

Buenas freaks e perturbados!
Sábado, dia 12:
DISCOTEXXX
Nosso "fino" e goxtoso Dj/Promoter Celso Tavares
depois de causar histeria na semana passada,
traz à cabine de som a dupla ultra-descolada
Los Macaquitos formada por Ivan Finotti e Théa Ts.
que farão um set ultra-dançante de ultra-new rave
além de outras coisas.
(...)

ASTRONETE
"O luxo de não se ter a menor idéia da última novidade de Londres."
Rua Matias Aires 183-B, Consolação.

Eita!
rs.

Thursday, July 10, 2008

Meu mundo.

I.mundo.
Tomei emprestado...

Artistas: Leandro Lima e Gisela Motta

De todo jeito.

De fato, tato e olfato ela entrou num mergulho interno.
Sem paladar.
Perdeu o gosto das coisas enquanto sua cabeça pensava
nas possibilidades mais absurdas de fuga.
Escondeu-se por entre as cortinas da sala,
mas os pés confortados em belos sapatos vermelhos denunciaram-na.
Ali!
Parada.
Há meses.
Se desfez no escuro.
Fluido. Fundo.
Um mar de lágrimas.
Pacífico.
Em seguida se pôs em movimento.
Perdeu-se.
Desconhecendo o caminho das águas.
Correndo de tudo sentido, sem sentido algum.
Ora para esquerda, ora para direita, ora estática.
Chegou a rezar.
Pedir, suplicar por direção.
Enquanto o carro que dirigia subia a Rebolsas aos prantos.
Era só tristeza.
Virou física.
Lhe doía.
As juntas, a cabeça, o peito.
Um aperto. Teve dores de barriga.
O nariz a soltar sangue, ainda esta manhã.
A respiração que nunca lhe fora fácil, piorara.
Faltou ar. Faltou fôlego. Faltou tudo.
Só a angustia transbordava.
E as palavras.
E o nanquim, tingindo o vazio de preto.
E os desenhos povoando seus sonhos.
Traçando com clareza novos planos.
Dando forma delicada aos seus medos, desejos, certezas e afins.