Friday, July 25, 2008

E o Contardo Calligaris escreveu para ela no jornal de quinta.











Questionando-a assim:
...
Quantas vezes, para nos protegermos,
sacrificamos um princípio que é para nós essencial,
algo sem o qual, no fundo, não somos mais aquele
“nós” que queríamos proteger?
Quantas vezes os atos com os quais pensamos
nos preservar destroem nosso âmago
talvez mais do que o perigo contra o qual reagimos?
Os exemplos estão na história de cada um.
São as covardias das quais somos capazes em nome de
uma necessidade de defesa ou de preservação.
É melhor sermos derrotados,
perdermos o emprego, perdermos um amor ou,
então, “ganharmos a parada” com um gesto que nos extravia,
que nos torna, aos nossos próprios olhos,
indignos do amor que queríamos resguardar e
conservar ou do poder que queríamos manter ou conquistar?


Hummm...
Desculpe, mas quanto aos princípios,
amor, ética, respeito; existe
tranqüilidade no peito dela.

Não foi por isso que dormiu mal.
Mal não! Pouco.
É que sonhou com cisne.
O cisne do sal sabe?
Porque descobriu ontem
(passava das onze)
que nos últimos meses construiu um mundinho
próprio feito de lágrimas.
Mas que, como toda água evapora,
logo desse mundo não restará nada.

Só um punhado de sal com o qual fará um castelo.

[E foi também na noite de ontem que deu início a yoga
com um professor de sessenta e quatro que de cara
e olhos nos olhos, disse-lhe:
Luiza o mundo é uma grande comunidade,
podemos vê-lo como uma grande família.
Onde temos que conviver bem com todos,
mas não com qualquer um. Hah! Filha da mãe! rs.
Ela o agradeceu com um sorriso]